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Opinião: Os patriotas incompreendidos

Andando a esmo pela internet, encontrei diversas pessoas desesperadas por seu momento com a seleção alemã no Brasil e, por tal motivo, resolvi desabafar sobre o assunto (prometo não me estender muito, como de costume). Peço licença para todos os torcedores do Bayern, Borussia Dortmund, Schalke e demais times, pois este texto é dedicado, exclusivamente, aos apaixonados pela Mannschaft.  

Provavelmente muitos de vocês, assim como eu, já ouviram dezenas de comentários sobre o ‘motivo’ de torcer para uma seleção além do Oceano Atlântico que, adoram alfinetar, não é a sua. Não sei e, para ser sincera, não me importa a razão, pois certas coisas apenas sentimos (momento Clarice Lispector).

Há anos esperei pela chance de ver os grandes nomes do futebol alemão no Brasil; há meses rezei para, por alguma probabilidade, eles viessem jogar em Porto Alegre e, assim, quase arranquei os rins para conseguir e pagar o ingresso. Não foi fácil.

Nem tudo são flores e perdemos Marco Reus pelo caminho (indiferente do time que torçamos, é preciso admitir que o garoto joga demais e atormentaria a vida dos adversários durante a Copa). Também preciso confessar que dei a vitória como certa depois da primeira partida contra Portugal e invejei, muito, o povo baiano por tê-los pertinho durante toda a primeira fase.

Acompanhei o jogo contra Gana na Fan Fest e pude, com os olhos apavorados, gritar aos quatro ventos quando Klose colocou a bendita chuteira naquela bola do empate. No dia seguinte, entretanto, roguei por um empate lusitano contra os Estados Unidos, com êxito, nos acréscimos.

Como muitos de vocês, saí como doida atrás do ônibus no treino, no inverno gaúcho, com chuva, para ver uma manga do moletom, um braço escorado na janela ou qualquer coisa que seja (nesta parte, como prometido, agradeço aos meus fieis amigos Cristian Martins, Victor Furtado, Eduardo Bettio e Patrizia Negrini pelo apoio emocional, climático e não voluntário).

Estive presente no jogo contra a Argélia. Foi difícil, nunca pensei que tantas emoções estariam presentes ao mesmo tempo. Ri do tombo ensaiado do Müller, chorei com o primeiro gol do Özil na Copa, cantei o hino, surtei quando Mustafi saiu lesionado, quase vi as amígdalas do Schürrle na comemoração, tirei foto com metade da cidade e apareci, para o mundo inteiro ver, com cara de apavorada no telão do estádio.

Eu não sei se a Nationalelf vai levar o tetra, não sei como será o jogo contra a França, nem entendo as escalações do Löw, mas, uma vez, um amigo disse algo que me marcou muito: “A sua história é aquilo que você vivenciou, não aquilo que te contaram”. E indiferente do lugar onde você mora, neste Brasil gigantesco, todos fizemos parte da história alemã rumo ao título e ela, sem dúvida alguma, faz parte da nossa vida patriota não compreendida.

15 Comentários

  1. Texto estupendo! Já sofri muito preconceito nesse país por torcer por outra nação. "Não me importa a razão, pois certas coisas apenas sentimos". Essa frase me define por completo! E quando a vi no telão, estava em casa, com a mesma expressão no rosto. Parabéns pelo texto, Alemanha é isso! Sentimento, emoção, vida!

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  2. Nos últimos três jogos da Alemanha, tive alguns mini infartos...rs
    Não tenho nenhuma explicação lógica para essa paixão, que vem desde as épocas do Kahn.
    Mas paixão, não se explica mesmo.

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  3. Se Deus quiser Lahn erguerá esta Taça no dia 13 e todos nós, apaixonados por este país, comemoraremos junto com os alemães.

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  4. Com a graça de Deus gritaremos "é tetra campeão".

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  5. Bruna seu texto é maravilhoso emocionante alías vc me emocionou, vc fez tudo que eu gostaria de ter feito mas infelismente não pude porque a Alemanha não jogou em SP, mas sofri em todos os jogos, tenho albuns no facebook da Seleção da Alemanha eu passo pelo mesmo sentimento que vc e muitos outros que são torçedores de uma seleção que não seja a do Brasil, já fui chamado de babaca, de módinha entre outras coisa as pessoas não compreendem essa nossa escolha, meu tataravo veio da Alemanha para o Brasil ou seja Alemanha faz parte da minha vida esta DNA sanguineo, tambem sou descendente de italianos por parte da minha mãe mas confesso que a Alemanha tem um lugar mais que especial no meu coração e na minha vida, um dia não sei quando vou colocar meus pésinhos nesse país maravilhoso ou "como sempre digo, o dia que eu desembarcar no aéroporto vou me sentir voltando para casa" não sei se nessa copa ou na próxima ainda vou assistir a maior e melhor seleção do mundo. Como vc disse vc não entender as escalações do Low e eu cada vez que vejo as escalações dele ja entro em pânico me deixam com o coração na mão, como eu já disse não consigo entender o que realmente o que ele esta querendo provar mostrar fazer, estou rezando para irmos até a final no maracanã e levantarmos essa taça dia 13 de julho mas caso isso não venha acontecer nessa copa ainda serei torcedor da deutschen Nationalmannschaft nessa vida e nas próximas que virão mesmo sendo criticado as vezes um pouco hostilizado por colocar uma bandeira da Alemanha na frente da minha casa por torcer para uma seleção que não seja a do Brasil, sendo ofendido, mas confesso não estou nem aí com a opnião dos outros para o que as pessoas pensam digam, não tenho identificação alguma com a seleção do Brasil, não sinto nada quando ouço o hino do Brasil eu sou completamente indiferente, nem torcer contra eu consigo, nem a isso eu me dou ao trabalho. Sou torcedor da Alemanha e ponto final... Deutschland Deutschland Deutschland Deutschland Deutschland Deutschland Deutschland Deutschland Deutschland Deutschland eternamente infinitamente... Mais uma vez seu texto seu depoimento é perfeito é emocionante de se ler... DANKE BRUNA...

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  6. alemães não de nascimento,porem de alma.
    alles, Deutschland

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    1. Alemães não de nascimento, porém de alma e, acrescento mais uma importante, de sangue. Gostei do comentário. Deutschland Über Alles.

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  7. Esses dias tenho sofrido com muitas piadinhas por torce pela Alemanha, mas nada importa, oq importa mesmo é o meu amor pela Mannschaft! lindo texto, sou mas uma patriota não compreendida.

    meu nome( pois ñ tenho conta): Amanda silva :)

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  8. Oi Bruna! Legal seu texto e parabéns pela iniciativa. Gostaria de mencionar uma frase bíblica que o próprio Nietzsche emprega no prólogo do seu livro Genealogia da Moral e que ilustra bem nosso sentimento: "onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração" (Mateus 6:21).

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  9. Belíssimo texto! Somos todos patriotas incompreendidos! Mesmo se a Quarta não vier agora, esse sentimento não pode parar! E que honra, ter os ídolos nas nossas cidades. Que vençam a França e joguem em BH, por favor!

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  10. Sensacional.....Sábias palavras!!!

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  11. Não me surpreendo ao ler este texto. Pois sei da tua capacidade. Mas confesso, se puxou hein! Parabéns! Nos vemos na semifinal! Vai Brasil!

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  12. Olá, entendo o que sente, não faria metade do que fez para ver um jogador da Alemanha, não irei discorrer sobre os sentimentos que nos tomam e pelo que as pessoas falam de nosso comportamento "antipatriota". Quanto ao brasileiros sinto apenas que tenham sempre de recorrer a ajuda dos juizes para chegarem mais longe nas copas dos últimos tempos. Quanto ao jogo contra a dona da casa, não importa, pois como nas últimas copas a FIFA já dever ter o campeão declarado. Irei torcer como sempre, com a tranquilidade de termos chegados aqui pelo mérito de nosso time e tão somente por esse meio.

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